categoria : Resistência
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terça-feira, 11 de julho de 2017 - 19h30

Bate-papo: solidariedade aos grevistas

Toda a solidariedade aos grevista: ou por que ainda falamos sobre a Greve de 1917 será realizado no dia 11 de julho de 2017, das 19h30 às 21h30 nas dependência da Casa do Povo (Rua Três Rios, 252, Bom Retiro). Na ocasião, será lançado o livro de artista Arquivo 17, de Fernanda Grigolin, sucedido por um debate com Christina Lopreato (historiadora), Rodrigo Rosa (educador) e Samanta Colhado Mendes (historiadora).

No dia 11 de julho, há cem anos, 10 mil pessoas marcharam pelas ruas do centro de São Paulo até o cemitério do Araçá. Era um cortejo-manifestação pela morte de José Martínez, sapateiro morto pela polícia. No Araçá, os manifestantes finalizaram sua marcha em frente ao túmulo de Martínez. Era a Greve Geral de 1917. Na época, São Paulo tinha 550 mil habitantes e, no dia 12 de julho, amanheceu sem pão e sem transportes. A greve se manteve até 16 de julho e teve adesão de cem mil trabalhadores, e outros eventos tomaram conta da cidade, como saques a mercados e comícios. Diferente de ser um movimento espontâneo, em sua pesquisa, Christina Lopreato afirma ser uma greve preparada. O movimento teve no conceito de Ação Direta e no Anarquismo como suas matrizes. Boicotes, piquetes, barricadas e greves locais seriam o caminho da luta diária que culminariam na Greve Geral, iniciada em 09 de julho com o confronto em frente à Fábrica Mariângela, no Brás, mas com resquícios de maio e de dois fatos primordiais ocorridos em junho: a greve na Cotonifício Crespi (na Mooca) e na Fiação, Tecelagem e Estamparia Jafet (no Ipiranga).
O que São Paulo de 1917 nos conta sobre a São Paulo de 2017? Como podemos olhar para esses fatos ocorridos há cem anos? De que maneira um projeto de arte, ativistas e pesquisadores podem dialogar sobre as relações de ontem e hoje? O que a solidariedade de ontem tem a nos ensinar?

Para provocar e conversar sobre essas questões, foram convidados: Christina Lopreato (historiadora), Rodrigo Rosa (educador) e Samanta Colhado Mendes (historiadora), sob mediação de Fernanda Grigolin (artista).

Horário: das 19h30 às 21h30

Quem participa:

Arquivo 17 é um projeto de arte de Fernanda Grigolin (PROAC 15/2016). Uma mulher expressa sua subjetividade por meio de um arquivo: fatos históricos são convertidos em vivências interiores. Para a construção do arquivo, se debruça no imaginário dos ativistas anarquistas do passado e aproxima as lutas com o hoje.

Casa do Povo é uma associação cultural sem fins lucrativos que existe desde 1946, atuando como lugar de memória e centro cultural em sintonia com o pensamento e a produção artística contemporânea. Foi construída logo após a Segunda Guerra Mundial por meio de um esforço coletivo da comunidade judaica progressista recém-chegada no bairro do Bom Retiro.

Christina Lopreato, professora aposentada do Instituto de História da Universidade Federal de Uberlândia. Autora dos livros A greve geral anarquista de 1917: o espírito da revolta e Milagres da fé: messianismo e repressão política no Brasil dos anos 70. Atualmente desenvolve pesquisa sobre cultura da paz em Tolstói e Gandhi.

Fernanda Grigolin, artista, editora, pesquisadora-doutoranda em Artes Visuais na Unicamp. Atua há 15 anos com publicações, entre produção, edição e circulação. Realiza os projetos Tenda de Livros, Jornal de Borda e Arquivo 17.

Rodrigo Rosa, educador e pesquisador das práticas anarquistas em educação. Professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Faz parte do Grupo de Pesquisa Poder Político, Educação, Lutas Sociais (GPEL/USP) e da Biblioteca Terra Livre.

Samanta Colhado Mendes, licenciada, bacharel e mestre em história pela Unesp-Franca. Dissertação de mestrado: As mulheres anarquistas na cidade de São Paulo (1889-1930). Atualmente, é professora de história na rede municipal de ensino de São Paulo e tutora no Claretiano (Centro Universitário).