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sábado, 12 de agosto de 2017 - 10h

Ubs Jd Helian

A luta é histórica, contudo, a unidade básica de saúde Jardim Helian sempre sofreu situações de fechamento, que se intensificaram nas gestões Pitta, mas, em 2012 após a notícia da proposta indecente vinda de cima pra baixo da gestão Kassab (proposta de junção), a transferência da pequena unidade do Helian para o final da Gleba do Pêssego (bairro vizinho), reunimos parte do nosso povo em fevereiro de 2012, com 500 pessoas num dia de semana na comunidade São Sebastião, lugar que já foi ponto de formação e de muita produção de conquistas locais (ala progressista Padres Chico Falcone e Paulo Bezerra). Lá, decidimos por unanimidade não aceitarmos tal proposta (unilateral) e além de não acatarmos decidimos ir pra luta, uma vez que as unidades misturadas ficariam em local nada favorável com os mesmos problemas e agora, mais distante com difícil acesso para os moradores da vila. Com nossa desmobilização e indiferença tudo isso ia passar, acreditam? Com essas lutas vêm outros múltiplos processos que vamos contar mais adiante. Cabe lembrar que os dois bairros propostos tem geografia bem distintas a junção para o bairro Gleba do Pêssego que tem uma topografia acentuada e claro com meio de transporte precário e o Jardim Helian com grande número de idosos e crianças e região de crescimento contínuo e queríamos, era ampliar o atendimento ao invés de diminuir. Nessa época após superarmos nosso comodismo e falta de participação adquirimos um consenso coletivo que o poder público deveria era adequar, ampliar as duas unidades de saúde e não juntar duas numa só e o que antes era inércia com a participação no processo, passou a indicar ações e a fazer parte e agora estar dentro do plano.

Para entender nosso bairro, constituído predominantemente de migrantes camponeses do Nordeste, Paraná e Minas Gerais está numa área loteada e com algumas ocupações dentro da antiga colônia japonesa agrícola que foi vencida pela especulação, região próxima a Jacú Pêssego que fica entre a Apa do Carmo e o projeto do polo industrial. Cabe lembrar que em 2006 fomos um dos primeiros locais com foco de dengue na região do parque do Carmo que é até denominada pelo poder público como área de vulnerabilidade, onde as desigualdades são presentes diante de um conjunto de políticas e oportunidades públicas. E aí, então como fica essa contradição?. Uma vila periférica deficitária de aparelhos sociais com único equipamento de saúde que deve ser fechado por falta de vontade política no que diz respeito à previsão orçamentária. Espera ai, é casa pequena com "cheiro de esgoto no quintal por cima ou por baixo se chover será fatal" como diz os Racionais, mas é nossa. Não é assim não, foi fruto de luta e não vai embora assim não.

Temos uma equipe PSF com funcionamento limitado e condicionado a uma micro-região que por sua vez está atrelado ao espaço físico, ou seja, casa pequena não acomoda múltiplas equipes e que deixa a rua de trás da unidade desassistida onde mora a neném que sofre anoxia grave que vira e mexe necessita de socorro.

Após a ameaça de transferência da unidade aproveitamos e organizamos a retomada do prédio da associação do bairro, então comunitariamente programamos uma espécie de impeachment da diretoria anterior da Associação do Helian com muitas assinaturas e após esse processo assumimos outras questões que de certa forma foram importantes para todo o bairro no que se refere à retomada do poder local e assim assumimos a organização, mobilização popular, ação coletiva e novas formas de resistência.

Estivemos em 2012 com os gestores da administração municipal de Gilberto Kassab, Sr. José Maria Costa Orlando, Sonia Antonini, Ana Kantzos e Cecília, Maria Sebastiana e Arquiteta Bianca da Aps Santa Marcelina (Oss) e com as indagações feitas, tivemos finalmente um consenso referente às necessidades de ampliação e não fechamento. Após alguns encontros e muitas explicações burocráticas ficamos com desfecho só de consenso quanto à necessidade de melhorias e nenhuma realização concreta.

Em 2013 cansados de promessas, mas não esgotados participamos ativamente das jornadas de junho onde encontraríamos alguns elementos (respostas) que vão trazendo estratégias que vão fundar e mudar conceitos com relação à interpretação ao enfrentamento e aos horizontes que teríamos que tomar; coisa que o conselho de saúde que embora fosse constituído de militantes valiosos (e ainda é) já não fazia e tão pouco dava respostas e soluções que necessitávamos. Com suas muitas reuniões sem deliberação que sempre acabavam com aprovação inclusive legitimando fechamento de unidade de saúde coisa que para nós era um absurdo. Na nossa ótica a participação sempre trouxe a compreensão que as reuniões do conselho sem exagero na metáfora: " Tudo sempre acaba bem na mesa eucarística do bolo Pullman, da Coca Cola". De modo geral são espaços de reprodução de poder, ao invés de contestarem as desigualdades, não deliberam e são regulamentados com legitimação de ações injustas sem ouvir e levar em conta realmente as necessidades do povão. Uma participação e produção até boa, mas sem o poder de decisão nos interesses da nossa comunidade. Nossa Luta abriu precedente para que o governo municipal desconsiderasse o caráter deliberativo com relação nossa unidade de saúde e abriu um canal de diálogo local e com a luta colocamos e mantivemos esse equipamento como prioridade na pauta.

No vai e vem, indicávamos incansavelmente imóveis e estes nunca alcançavam a metragem mínima conforme asseguravam as muitas normas como a tão repetida RDC 50 e outras questões de cunho burocrático que já estávamos ficando craques em conhecer e como se nós fossemos responsáveis por toda essa falta de vontade política participávamos dos processos enfadonhos e desrespeitosos que atravessam as décadas no tempo que ao nosso ver serviam apenas para cansar a luta, para postergar e ganharem tempo, mas que de certa não foi de todo ruim pois, esses mecanismos foram criando mais indignação, conhecimento e ensinando como o sistema funciona quando trata-se do acesso, ampliação do direito do povo pobre e como esse mesmo povo tem que agir e dar respostas diante da enrolação burocrática dominante.

Com tudo isso, não perdemos a fé na instituição e lá fomos nós fazer o serviço do poder público procurando, investigando e apontando terrenos vazios para informar a gestão municipal a possibilidade da tal construção do equipamento de saúde (a cada informe um processo administrativo aberto) e que ao nosso ver com o tempo não garantiria nada a construção da tão sonhada unidade adequada. Nesse sentido, concluímos que em muitas vezes a linguagem técnica é usada para camuflar a técnica de dominação, possibilitando mais criação da burocracia para domínio do grupo.

Após encontrarmos esse imóvel (do Muniz) que indicamos, finalmente o parceiro Santa Marcelina aprovou o imóvel ressalvando que haveria necessidade de construções e adaptações em todos os cantos demandando assim muita verba. Parceiro que iria realizar as adequações através dos investimentos públicos no espaço privado para acomodar mais uma vez a unidade de saúde adequada e qual foi o resultado? Nenhum.

E ai eis que acaba a gestão Kassabista e com alguma esperança vem a de Haddad.
Embora sabedores do início de gestão necessitávamos do tal senso de urgência nessa luta e logo no início de Fevereiro na tentativa de já partirmos para uma mudança real diante da dívida histórica e do tempo de luta tivemos essa primeira reunião na coordenadoria leste com novos gestores e aí com acúmulo em várias participações em reuniões, audiências, documentos, mapas e esperanças fomos informados que essa nova administração e seu projeto de governo não mais locariam imóveis e que optariam pela construção de equipamentos sociais em terrenos vagos na periferia algo que para nós era um balde de água fria no que se refere a desconstrução do que tínhamos até ali. Por outro lado o anúncio decisor gerou certa alegria, pois superaríamos de uma vez por todas o provisório e até dissemos ali naquele encontro que haveria uma construção de estátua de cera para nossa interlocutora do poder municipal petista (Celia Bortoletto).
Além de ampliar fisicamente a unidade atualmente funcionando numa casinha verde assobradada (200 mts2) o objetivo maior era claro aumentar as equipes, serviços que atualmente são limitados, uma das únicas unidades de saúde com uma única equipe PSF (onde há desigualdade nos atendimentos, onde esse Programa Saúde da Família dá cobertura numa rua e outra não, por exemplo). O discurso humanizador, saúde humanizada que muito ouvimos foi para o ralo ficando apenas a retórica e o surgimento da verdadeira percepção do real diante da utopia.

Não podemos esquecer, que nessa época estávamos a ponto de sediarmos a Copa do Mundo no Brasil, onde estávamos enfiados até o pescoço na luta e a oportunidade era única de mostrar a contradição, onde teríamos um gasto elevado e nenhuma contrapartida nem mesmo a adequação da pequena Ubs Jd. Helian e sem falar que tínhamos o rei Pelé e o Ronaldo Fenômeno dizendo que não se fazia copa com hospitais e agitando parte do nosso povo apaixonado numa época de evento mundial na terra dos apaixonados pelo esporte e a poucos metros de nós acentuando ainda mais o calor da paixão, mesmo que embora nenhum ou quase poucos cidadãos periféricos da vila não estariam presentes no espetáculo ao vivo na arena de Itaquera, e tudo isso acontecendo e os poucos loucos que resistiam na luta querendo direitos despertando a ira dos apaixonados.

No vai e vem burocrático como dissemos, fomos vivenciando a participação nos processos de luta, na concretização da saúde como um direito e aprofundando para além da realidade local e conferindo na prática que nossa realidade não era diferente de nenhuma vila de periferia, que quase sempre em muitas delas nem a casinha alugada para o postinho de saúde existe.

Na participação das lutas na rua conhecemos outras organizações e forças e uma delas (uma galera jovem do Fórum Popular de Saúde), que iriam somar e fortalecer e muito a luta da comunidade. Nos encontramos num momento malhando o Judas na Praça da Sé com as pautas da saúde e construímos logo após aquela passeata em Junho de 2013 de Guaianases à Jacú Pêssego e foi bem importante pois, começamos a frequentar as reuniões, atos e intervenções da saúde pela cidade de São Paulo.

Fomos entendendo a lógica da saúde e percebendo que por trás da placa da casinha pintada de verde o mecanismo de privatização através das OSS (Organizações Sociais de Saúde), organizações bem intencionadas, porém, que visam o lucro e que não estão nesse negócio por caridade e tão pouco por preferência pelos pobres.
A cada participação, a cada interação, fomos levando faixas com o mote: Cadê a Ubs Jd.Helian? Tal faixa parecia nossa segunda pele e os caras já não aguentavam mais em cada lugar de audiências e lutas estávamos nós, para lembrarmos da necessidade da melhoria do nosso pequeno equipamento de saúde.

Vários foram os momentos que para as autoridades foram constrangedores, mas estávamos decididos a todo o momento com muita garra de fazer esse assunto não cair no esquecimento. "A principal bandeira de luta do Helian" não que não houvessem outras, porém, essa era a principal dentro do nosso projeto político.

Certa vez ouvi que quem vai pra rua lutar não volta pra casa do mesmo jeito. É verdade uma pedagogia enorme se faz numa manifestação. Sabíamos bem dos riscos vivenciados, a participação com jovens trouxe muita repressão, gente presa, espancada, processada bem diferente do que a imprensa comercial insistia em mostrar e associar a luta, reivindicação como vandalismo ao nosso ver com cunho de esvaziar e afastar a opinião como se fosse um remédio para não despertar alguma reação na massa apascentada. Incrível, qualquer campo de luta que contrarie os interesses da classe dominante nos tornam baderneiros, mas fomos colocando a relação pensar agir em outros patamares aqui na base. Trouxe na prática o olhar qual o tipo de democracia que temos (que não aceita contestação). Nesse processo de luta pedagógico que trouxe conhecimentos na relação com as condições sociais de existência e a negação da trama histórica de nosso povo que se organizado resiste e que de certa forma vai pra cima da vontade de desfecho vindo de cima para baixo.

A história de um povo que luta por saúde e que vê chegar primeiro em seu território com muitas moradias um cemitério particular do especulador com alguma influência que foi aprovado com louvor e numa mesma rua que parte do nosso povo tem que provar sua a existência para regulamentar suas moradias sem esgoto oficial, fato para nós que escancara a força do poder privado e como minoria monopolista decide o destino da cidade que dizem ser para todos.

Ou seja, não podemos nunca contar e muito menos confiar na mediação e intervenção estatal que ao nosso ver, segundo nossa espera e luta que só age para o poder econômico e essa democracia, está longe de nos entregar aquilo que promete com suas muitas leis e ações emanadas, mas a resistência da comunidade abre esperanças e fendas para que pelo menos os planejadores se expliquem e como mesmo numa pedagogia ensina que nós os periféricos subalternos tratemos nossas reivindicações que devem nascer, construção do nosso próprio projeto político com enfrentamentos porque estamos fora do projeto político hegemônico privilegiado.

Os efeitos das supostas melhorias são mínimos, muitos impactos, que vão na verdade é empurrando a gente pra fora do espaço que pertencemos e que o poder dominante reivindica como seu e como se movimenta e faz o planejamento urbano no local se valendo de informações privilegiadas da vida na cidade para fazer o lobby e conseguir a legislação em seu favor basta verificar os planos diretores e as muitas ações com relação a toda nossa luta na história com a unidade básica de saúde.

Fizemos algumas ocupações na secretaria municipal de saúde em conjunto com a ocupação Copa do Povo- MTST na rua General Jardim uma deles levamos o caixão para velar secretário José de Filippi, no corredor do prédio da Secretaria municipal de Saúde.
Por conta do espaço houveram várias intervenções e também uma ação civil pública referente a falta de acessibilidade da casinha verde uma vez que nosso conselheiro usuário Sr Décio não acessa a unidade de saúde.

Nossa formulação e insistência tinha que dar em alguma coisa, se bem que temos conseguido envolver as pessoas como cidadãos de direito, e não como consumidores, beneficiários pagadores de impostos, cidadãos de bem, clientes de serviços. Queríamos era a consciência, controle social e o poder de contestação e com esse olhar nas muitas intervenções no institucional levariam a ter algum resultado com nossa demanda principal.

Então numa mesa, após várias intervenções e aos 10 minutos do segundo tempo para terminar o mandato conseguimos uma reunião com Secretário Alexandre Padilha e tivemos a formulação de duas propostas:

Uma, da locação de um espaço maior e realização de um decreto público municipal 55270/2014 para desapropriação de parte de um novo terreno ao lado da empresa Vikstar que é do especulador da região, a quem nem vale a pena citar o nome. Procedimento esse que sabemos não ser tão fácil devido o proprietário nunca concordar com o valor que a prefeitura quer pagar.

Eis que entra a gestão Dória e com certa preocupação, pois a grana tinha sido toda repassada para a organização social Santa Marcelina para realização da Obra.

Até o fechamento dessa nota, estávamos irritados porque o alcaide ainda não tinha escolhido a cor padrão dos equipamentos de saúde, pois um gestor não aceita a cor do outro.

Definida a cor azul tucano com branco faremos a inauguração popular dia 12 de Agosto (Sábado)

Mas como de praxe estamos indo pra cima e a história não acabou aqui

#NósPorNós
#PoderPopular

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http://passapalavra.info/2012/03/54558

https://www.youtube.com/watch?v=G8D29TOlhKo

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