categoria : Resistência
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sexta-feira, 26 de maio de 2017 - 15h

Ato contra as ações higienistas na Cracolândia

Manifestação contra as ações higienistas na Cracolândia

A violência policial na região da Luz, popularmente conhecida como Cracolândia, não é novidade. Acontece há anos, e vem sendo marca da gestão de Dória.

O último domingo (21 de maio) foi marcado por uma ação policial ostensiva e violenta na região. Entre presos e feridos, foi então decretado - de cima para baixo e sem qualquer discussão com os trabalhadores da saúde e da assistência social - o fim do Programa De Braços Abertos, marcando assim o afobado e desastroso início do Programa Redenção, proposto pelo atual Prefeito e alinhado com o Governador do Estado Geraldo Alckmin.

Como anunciado, nessa quarta feira (24 de maio), Dória pede à justiça internação compulsória (internação à força) - para prender os que ainda não foram presos. Um jeito de tratar? Não, um jeito de excluir, em equipamentos que receberam usuários e estão em condições precárias. A higienização se estende para o restante da comunidade: comerciantes e moradores foram despejados no dia 23 de maio e um prédio foi demolido com seus habitantes ainda dentro, ferindo três pessoas.

Sabemos que a questão da Cracolândia é multifatorial, as pessoas que estão ali tiveram seus direitos violados, a droga é apenas um elemento de um cenário muito mais complexo e marcado pela vulnerabilidade. Se sabemos que não se trata de um problema de polícia e que é possível cuidar em liberdade, por que o Estado segue apostando na violência como estratégia se ela já se mostrou inúmeras vezes ineficaz, cara, penosa para a comunidade e danosa para a dignidade humana?

Por que seguir por esse caminho, que gera mais dor e sofrimento, se ao fim os usuários só pioram? Porque não é por eles. Por que revitalizar o bairro às custas da remoção de seus moradores e comerciantes? Pois é apesar deles.

Não à especulação imobiliária!
Não à violência policial!
Não à guerra às drogas!
Não à internação compulsória!
Não à precarização dos serviços!
Pelo cuidado em liberdade!
Não aos despejos!
Pela garantia de direitos de usuários, moradores, comerciantes e trabalhadores da região!